terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Sobrevivência da roda das festividades pagãs na Galiza (1ª Parte)





Por José Manuel Barbosa



A Galiza pertenceu sempre à área cultural atlântica. Isso significa que a sua tradição étnica tem a ver com os povos célticos, como vem de demonstrar a ciência e como se pode ver nos seus costumes populares tradicionais.



Já o nosso Vicente Risco na década de 70 deixou um importante trabalho feito sobre as festas tradicionais galegas, estudadas no seu ritual mas que pouco estudaram outros galeguistas posteriores. O conhecimento da realidade etnográfica, já for relacionado com a cultura material, imaterial, festividades ou ritualismos é de grande importância para a filiação e identificação duma entidade nacional como é a galega necessitada de reconstrução e reconhecimento como matriz tanto do mundo céltico como lusófono.



Para Vicente Risco as festividades importantes da Galiza e consequentemente do Ourense histórico, tanto citadino como regional, seriam as seguintes (VVAA:1979)



  • O Ciclo de Natal
  • O Entroido
  • A Quaresma
  • A Semana Santa
  • A festa dos Maios
  • O Corpus Christi
  • A festa do São João
  • As festas das Paróquias
  • O dia de defuntos



Do nosso ponto de vista e seguindo uma ordenação vinculada ao mundo atlântico do qual fazemos parte, começando portanto pelo início do ano céltico é assim:


  1. Festividade dos Mortos (Magusto)-Sâmanos ou Sâmonis
  2. Ciclo do Natal ou Solstício de Inverno- Yule
  3. Carnaval, Entrudo-Ambiwolka
  4. Ciclo de Primavera-Ostara
  5. Os Maios-Beltónios
  6. Solstício de Verão-Litha
  7. Ciclo de Verão-Lugunástada
  8. Festa da Colheita-Mabon


Faremos um pequeno repasse por cada uma delas.


  1. A Festividade dos Mortos:


Relacionamos esta festa com o Sâmanos, Sâmonios ou Sâmonis, festividade céltica relacionada com o culto aos mortos, que na Galiza se recolhe com o nome popular e tradicional de Magusto, ainda que ultimamente tenha sido adoptado o nome mal traduzido do gaélico irlandês de “Samain” a toda esta temporada (1).



Esta celebração, comum a todo o mundo celta, comemorava a abertura das portas do Além (conhecido como Sidh em gaélico) fazendo que houvesse comunicação entre os vivos e os mortos.

Em origem, as cabeças cortadas ao inimigo eram esvaziadas e uma candeia posta no seu interior para produzir medo àqueles caminhantes que se achegarem até as proximidades da aldeia. Com o tempo e a cristianização passaram a ser nabos em vez de cabeças e ultimamente o nabo deixou o seu lugar a um cabaço fruto da influência cultural norte-americana, denominando-se com o nome de Halloween. Esta tradição foi levada a América pelos emigrantes irlandeses e trazida de volta por causa dos média globais chefiados pelo mundo norte-americano. A festa originária, na Galiza e em Portugal derivou no nosso Magusto e nas Astúrias no Maguestu todos eles celebrados tradicionalmente o 11 de Novembro, data que no antigo calendário Juliano (anterior a 1582) e atual calendário ortodoxo coincide com o 1 de Novembro. Foi o São Martinho de Tours, santo padroeiro da cidade de Ourense e lutador contra as tradições paganistas a quem foi dedicado esse dia como remédio contra as crenças pré-cristãs tão estendidas na Gallaecia alto-medieval e que nunca foram totalmente erradicadas.



Na tradição culinária dessas datas está o costume de comer as castanhas e o vinho novo recém vindimado sendo este um costume que já é recolhido em textos do século XVIII da autoria de estudiosos como Henry Swinburne que no seu livro “Travels through Spain in the year 1775 and 1776” nos conta que os galegos acreditavam em que por cada castanha comida um ânima do purgatório ficava libertada para poder ir ao céu. Mas também na não menos importante tradição ritual contávamos com o costume de pedir pelas portas o presente de Todos os Santos da mesma forma na que se faz hoje nos países onde se celebra o Halloween. Diz-nos o inquisidor António de Guevara e recolhe a cita André Pena (Pena Granha 1991:398-399):



“Nos constó por la visita que el Día de Todos los Santos y al día siguiente de difuntos andan todos los mozos de la feligresía a pedir por las puertas y les dan pan y carne y vino y freixós y pixóns y otras cosas, y que piden así los hijos de los ricos que los pobres; y por ser más este rito gentil que cristiano, ordenamos y mandamos que, de aquí en adelante, ningún mozo vaya aquellos dos días de puerta en puerta a pedir sinó que el beneficiado, el rector, el primiclero y otro que nombrare la feligresía pidan aquel pan y todo lo demás que les dieren lo repartan en la iglesia el día de los finados entre los pobres y necesitados, so pena que el padre o la madre que enviaran a su hijo a pedir aquellos días pague mil maravedís”


  1. O Solstício de Inverno


Nas culturas agrárias a celebração das estações era o normal, recebendo e santificando os ciclos naturais, a produtividade da terra e a mudança de atividades segundo a época. Igualmente o agradecimento à terra mãe e produtora fazia parte da vida quotidiana como uma forma de estar em harmonia com a que fornecia de alimentos e prosperidade à comunidade. Esta festividade conhecida por alguns povos da Europa como “Yule” não era alheia ao mundo celta e por consequente à Galiza. O celebração do nascimento da principal figura do cristianismo liga diretamente com a tradição proto-europeia de nascimento do Sol e com toda uma série de rituais que tanto no tempo antigo como no atual reconhecemos com uma identidade comum que transcende os tempos. Assim, tanto a árvore de Natal, como as “Estreias” ou “Aguinaldo” (assim chamado em outros lugares da península), a recolha do visco ou do azevinho, como da figura paternal dum homem generoso e barrigudo que vem para fazer presentes aos nenos são heranças dum passado nunca esquecido.


A árvore de Natal é uma tradição relativamente moderna na Galiza mas em algumas comarcas da região desde a que escrevemos –Ourense-, existia o chamado “Tição de Natal” do qual existe memória na tradição familiar de quem vos escreve, consistente num madeiro que se deixava aceso do 24 de Dezembro, desde a Missa do Galo em adiante, até o dia 6 de Janeiro, simbolizando o calor que o sol mantinha em momentos em que a obscuridade tinha avançado até o máximo e o Astro Rei nascia novamente representado no madeiro como se este fosse uma autêntica criança recém nascida que chegaria à sua plenitude nos momentos centrais do verão. Passadas as datas solsticiais a cinza guardava-se para botar-lhe à terra como fertilizante ou bem deixava-se para completar a sua queima em momentos de trovoada, tentando com isso espantar aquilo que de assustador tinha a mesma, com o fim de se livrar dos perigosos raios. A crença popular de que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar ainda existe na atualidade entre a gente do rural galego e se os antigos queimavam o tição percebiam que uma vez ardido o madeiro por mão humana as forças da natureza não tinham razão para fazê-lo arder de novo por causa dum lôstrego (VVAA: 1979)



O tempo foi modificando o costume dentro da Europa e do originário tição, mais ou menos grande, da tradição primigénia evoluiu até dar com uma árvore típica da época, de folha perene, à qual enchiam com candeias e maçãs, símbolos de luz e de prosperidade em origem, cristianizados como símbolos igualmente da luz de Cristo e do pecado, respetivamente, mas com uma marcada tradição céltica. O tempo foi modificando essas candeias e essas maçãs pelos posteriores adornos por todos conhecidos, sendo o processo de mundialização da cultura nos últimos tempos quem trouxe a árvore de Natal aos nossos fogares atuais.


Do mesmo jeito esta figura da árvore traz-nos à memória o mítico Hy-Brasil céltico, árvore da vida correspondente com o Yggdrasyl germânico. Essa árvore sagrada será protagonista de muitas das celebrações e tradições da roda das estações dentro da cultura europeia em geral e céltica em especial. É a árvore que roda segundo rodam as estações, correspondendo-se na etapa invernal com uma imagem sem folhas. Na imaginação mítica céltica seriam as raízes que estavam para a cima, enquanto a copa estava para abaixo. O fim é apanhar a força da terra necessária para no verão dar os seus frutos ao se pôr novamente de pé, com as raízes na terra e a copa para a cima. A memória desta ideia subsiste ainda hoje em alguma localidade galega, como é o caso de Rodeiro, na Comarca do Deça e ainda em algumas localidades da Comarca do Arenteiro, já na região ourensana.


Outra tradição interessante ainda conservada até muito pouco tempo na Galiza rural é o das “Estreias”, nome que em outros lugares da península muda pelo de “aguinaldo”. A sua origem pode ser comum com o famoso “ Trick or Treat” da tradição samânica, pelo facto de ir pedindo pelas portas um presente. De forma parecida à do rito anteriormente citado, a pessoa que recebe a visita dos que vêm pedir a Estreia pode dar ou não dar, mas se não dá, os visitantes põem-se a cantar autênticas cantigas de Maldizer contra o avarento vizinho.


Conta-nos Vicente Risco que essa tradição é que se fazia com uma cabeça de touro, uso proibido posteriormente num Concilio de Lugo de discutida existência em época sueva. Risco recolhe um texto no que se fala da condição não lícita destas práticas (VVAA:1979):



“Non liceat iniquas observationes agere Kalendarum neque lauro aut viriditate cingere domos”



Comenta-nos que estes usos nunca foram desterrados, sobrevivendo em algumas práticas atuais embora não relacionadas com a época do solstício de inverno, mas com o entrudo, ou em rituais igualmente atuais e igualmente célticos como o Beltane celebrado na Escócia. Há que dizer que podemos reconhecer que a presença de máscaras feitas como crânios de animais têm a sua origem com probabilidade em épocas muito longínquas, que enterram as suas raízes no xamanismo paleolítico e nas práticas das religiões ancestrais. Só há que ver os primitivos atuais...



Outra das práticas das que queremos fazer referência têm a ver com o visco (Viscum Album), e o azevinho (Ilex Canariensis). O primeiro é uma planta sagrada dos druidas que representa a imortalidade, enquanto o segundo serve para ser guardado na casa em lugar quente para ser oferecido como refúgio às mouras que atendem o chamado do calor do fogar, fugindo do frio do inverno. Elas agradecem correspondendo com felicidade e prosperidade a quem lhe abre as portas da sua morada. O azevinho utiliza-se igualmente e de forma tradicional como remédio contra a esterilidade das pessoas, dos animais e dos campos.



Mas não podemos esquecer uma outra tradição que é a figura dum personagem que tradicionalmente vive na floresta e que por essas datas é que se achega às aldeias para trazer presentes às crianças. Esta figura parece ser comum a toda a cultura europeia conhecido como São Nicolau, Santa Klaus e mais hodiernamente como Pai Natal, popularizado pela influência norte-americana. Na Galiza esta personagem aparece com o nome de Apalpador ou Pandigueiro. Ele é um carvoeiro ou lenhador que habita na espessura da floresta ao lado dos seus perelhos, seres feéricos que o ajudam no seu labor. Um destes perelhos sempre é o que se adianta para levar conta dos nenos que merecem o presente para quando vier o velho e barbudo personagem poder acertar à hora de presentear. Quando ele chegar sempre o faz quando as crianças dormem para poder apalpar as suas barriguinhas e saber se comeram ou não. No caso de estarem mal alimentados ele deixa uma presa de castanhas ao lado.



Como podemos ver, as formas são comuns a todos os personagens acima citados, seguindo uma pauta parecida a todos eles. Na Espanha aparecem as figuras dos Reis Magos que são três e um não só, devido à catolização (já não cristianização) do personagem que com toda probabilidade existiria na maior parte da península Ibérica de tradição indo-europeia (2). Foi provavelmente uma imposição desta tríade como substituto do velho barbudo em épocas passadas dentro do contexto espanhol substituindo à figura tradicional que na Galiza e sobre tudo nas comarcas orientais do nosso País, incluídas as comarcas do oriente ourensano, ainda subsiste. A dia de hoje o galeguismo mais comprometido está a recuperar a figura com certo sucesso. A imagem tradicional dos Reis Magos foi adaptada a uma mentalidade católica cingida a um contexto hispânico.


A data de chegada do Apalpador é o 24 ou o 31 de Dezembro. A primeira é data solsticial polar à do 24 de Junho (3) e portanto fim de estação. O 31 é fim de ano no calendário atual.



  1. A festividade de Inverno


A festividade invernal por excelência no mundo céltico é o Imbolc a celebrar durante o meio da estação, concretamente o primeiro de fevereiro. No calendário cristão relacionamos esta festividade com o ciclo que vai desde a Candelária até o Carnaval ou Entrudo, de grande popularidade e muito tradicional tanto no País como na região ourensana onde conta com pontos importantes de celebração como é o triângulo Ginzo-Verim-Laça. A capital da região, a cidade de Ourense sofreu muitos altos e baixos no transcurso da história recente, tendo-se exercido a censura durante a época franquista pelo uso e prática da liberdade e da crítica. A dia de hoje conta com grande popularidade.


Como todas as festas que estamos a descrever, tem as suas raízes na roda das festividades estacionais das sociedades agrárias como é a celta em geral e a galaica em particular. Reconhecemos o seu caráter ritual em festividades e celebrações ancestrais do nosso contorno etno-cultural atlântico . É, no entanto, a sua etimologia latina. Ou assim nos parece dando uma olhadela por cima. Entrudo ou Entroido, diz-se ser proveniente do INTROITUS latino, que significa “entrada”...no bom tempo, na primavera que se visualiza no horizonte. A outra palavra que define esta época festiva é a de “carnaval” provavelmente originada em “CARRUS NAVALIS”, quer dizer, “carro (de batalha) naval”. Aparentemente não parece muito acaído, pois a festividade não é exatamente uma guerra de barcos, mas se achamos que poderia ter a sua origem numa velha prática de construir carros ou barcos de madeira com rodas, fazendo que se confrontassem entre si de forma festiva, simulando batalhas navais e jogando-se ramalhos, paus e material vegetal, poderia ter mais lógica. Seria o conhecido como o “Carro do Entroido” que às vezes viajava dumas localidades a outras num ritual de fertilidade vegetal que servia como pedido à natureza, não isento de caráter mágico com o fim de fazer produzir à terra. Faz-nos lembrar a festividade típica em Ourense da “Batalha de flores”, típica da festa da cidade embora em outra época do ano.


Dentro desta tradição há o costume de se disfarçar escondendo-se atrás duma vestimenta que oculta a verdadeira personalidade. Talvez atende mais a uma adatação ao mundo cristão do ritual ancestral no afã de livrar a cabo ações nem sempre bem consideradas do ponto de vista social ou religioso. Estas ações poderiam perceber-se como psicologicamente necessárias por ser uma catarse anterior à etapa sacrificial da Quaresma. Por outra parte, se investigarmos nos vegetarianos atuais e algumas outras crenças que convivem connosco fora do dogma católico, a não ingestão de produtos animais parece ter como objetivo o refinamento do espírito e a sutilização da energia do próprio corpo permitindo a elevação da alma. Se a isto acrescentamos que era uma prática predicada e observada por algumas filosofias religiosas arreigadas na Galiza, como é o caso do priscilianismo, que tentava harmonizar ou sincretizar o culto ancestral, autótone e tradicional galaico com o recém chegado cristianismo, podemos chegar a pensar que essas supostas origens paleo-cristãs podem ser retrotraídas a épocas bem anteriores, envolvendo a festividade mesmo num contexto temporário e ritual céltico cujo conhecimento nos é ainda em parte desconhecido. Se uma sorte de Quaresma pré-cristã existia, deduzimos que a catarse anterior poderia igualmente ter existido. O que sim podemos deduzir é a função de ritual de fertilidade encarnado nas figuras dos mecos que se queimam como símbolo do rechaço ao velho. Consequentemente, é também um recebimento da iminente primavera na que o novo parto e florescimento da terra vai trazer novas colheitas e renovada prosperidade.



Tudo aquilo que para o Carnaval representa uma inversão dos valores é uma preparação para que no seguinte mês e meio a gente possa aguentar a introspeção e a vida interior prévia ao acordar da natureza..



O Carnaval é a época posterior á festa da Candelária datada em 2 de Fevereiro. O dia anterior é o da Santa Brígida, representação católica da Brigit céltica ou o que é o mesmo, a Lua, a luminária feminina a quem se lhe rende culto no ponto polar do calendário do Sol-Lugh.



Na tradição cristã, este culto feminino de fertilidade da terra tem o seu correlato na apresentação por parte da Virgem Maria do seu filho Jesus ao templo. É uma festividade de marcado signo feminino e na tradição céltica do Imbolc, Oimelc ou Imbowolka era época de grandes comelhadas, grandes festas e excessos herdados na tradição carnavalesca galega.

(Continuará) 

Comentários


(1). O nome do qual se apanhou esta má adaptação é o de Samhain, palavra irlandesa que designa o mês de Novembro. A nossa pergunta é: Porque adoptar o nome de Samain e não um derivado do Hop-tu-naa da Ilha de Man, do Calan Gaeaf galês, do Kalan Gwav córnico... Na Galiza existe um nome e esse é o de Magusto. Porque não dar-lhe o seu valor ao lado de todos os anteriores e não adoptarmos um não tradicional do País? Talvez não seja o suficientemente digno, conhecido ou corretamente relacionado com o mundo celta? Porque é tão facilmente acolhido pelos neo-galeguistas de maioria absoluta dos colégios de primária? De existir um nome na Galiza derivado do nome primordial Sâmanos/Sâmonios/Sâmonis seria algo parecido ao nome da formosa vila galega de Samos cuja origem etimológica provém justamente dum Sâmanos medieval



(2) Há que salientar a figura do Olantzero no País Basco que ainda o considerarmos um País fora do contexto indo-europeu pela sua filiação linguística há que salientar a sua origem céltica anterior à sua basconização como nos tem informado não poucas vezes o celtólogo André Pena.
  
(3) O São João, também festa solsticial embora astronomicamente não o seja já que seguindo critérios científicos esta é o 21 de Junho (ou 21 de Dezembro no caso do inverno). O 24 de Junho é dia no que começa o debalar ou queda do sol, como o 24 de Dezembro é o momento em que o dia começa o seu avanço sobre a noite.

Por outra parte, comparando o calendário Juliano com o Gregoriano calculamos que o fim de estação, 21 de Dezembro seria o primeiro dia do começo do ano segundo o cômputo romano herdado pela igreja e pelo calendário juliano, correspondente ao atual 31 de Dezembro no calendário gregoriano a partir do 1582 em diante.


 
Bibliografia:



  • VVAA. Dirigidos por Otero Pedrayo, Ramón: História de Galiza. III Tomos. Tomo I. Etnografia. Cultura espiritual de Vicente Risco. Akal Editor. Madrid.1979
  • Henry Swinburne: Travels through Spain in the year 1775 and 1776.
  • Pena Granha, André: Narón, un Concello con historia de seu. Tomo I. Ed. Concello de Narón. Narón.1991
  • González Pérez, Clodio: As festas cíclicas do ano. Museo do pobo galego. Samtiago de Compostela. 1991
  • Green, Miranda: Simbol and Image in Celtic Religious Art. Edit.Routledge. London and New York. 1989
  • Green, Miranda: Mitos celtas. El Pasado legendario. Akal. Madrid. 199

     O Apalpador, uma figura tradicional do Natal galego:http://www.agal-gz.org/modules.php?name=Downloads&d_op=getit&lid=152

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